terça-feira, 21 de maio de 2024

O tempo passa

 


Gosto de fazer estas montagens de fotos porque me fazem lembrar de como eu era interiormente nesta idade tão jovem e em quem me tornei. Tinha o mundo todo pela frente e não fazia ideia da pessoa em que me tornaria ou quereria tornar. Vivia alegre e despreocupada no seio de uma família que sabia amparar e rir com a minha alegria. Era vivaça e gostava muito de rir. Nisso, estou igual! Tirei esta foto quando vim viver para Coimbra. Integrada numa turma de meninos bem como se chamavam na altura, a adaptação fez-se aos solavancos, mas fez-se. Aprendi novos códigos, observei outras vivências e arquivei pormenores que ainda hoje vivem comigo. Fiz amigas para a vida!

Depois, chegou a vida séria. Vim viver para uma pequena cidade onde não conhecia ninguém. No primeiro dia que me vi com um filho nos braços estremeci de medo. E agora? Desde aí passaram por mim e por ele 36 anos! Mudei o estilo, fiquei loira para sempre,  mas a burrice não me contagiou. Aprendi muito sobre a vida, os aborrecimentos, quando devia enfrentá-los e quando devia contorná-los. Sempre que foi necessário enfrentar, estive e estou sempre na linha da frente! A família no seu melhor com altos e baixos, doenças, medos, terrores a superar e aqui estamos.

Profissionalmente dei o meu melhor. Assumi muitos cargos, muitos projectos, muitas lutas, trabalhei com alunos brilhantes que hoje dão cartas por esse mundo fora e com outros alunos que, mesmo não parecendo, me surpreenderam imenso por tudo o que conseguiram e em quem se transformaram. São estas alegrias da profissão que só nós vemos. São o nosso estímulo. Tenho saudade de alguns. Há poucos dias, dei um grande abraço a um deles que não me saía do pensamento.  Dizia que eu era a segunda mãe dele! Como fiquei feliz ao vê-lo bem! Recordámos tempos passados, acabando por confessar que, nesses tempos, atravessava uma grande crise! Tão visível aos meus olhos!

Continuo a gostar de estar com alunos. Sinto a imaturidade deles e rio por dentro! Tudo tão passageiro, tão efémero! Daqui por uns anos logo se vê como pensam e como se veem.

A vida no seu melhor!

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