Hoje foi um deles. Parece que o cérebro tem dificuldade em começar a trabalhar, um torpor imenso que eu sei que tenho de vencer porque há muito que realizar. Mas foi difícil.
Com o pequeno almoço tudo começa a fazer sentido e, pouco a pouco, vou iniciando o dia. Já algumas coisas realizadas e vontade de iniciar outras. O negro do serão atenuou-se. Está sol.
Dei por mim a pensar nos locais em que cada um dos irmãos e primos vivemos e a que tivemos que dizer adeus para nunca mais lá voltar. Há dias em que esses lugares fazem parte de mim e me aflige não poder ir lá novamente mas, na maioria dos outros dias, a vida encarregou-se de me levar ao esquecimento e à aceitação.
Olho para o arvoredo que quase me entra pelas sacadas da minha casa, onde vivo quase há 25 anos, e lembra-me outras árvores, outros barulhos, outros cheiros a que nunca mais vou ter acesso. É mesmo isto a vida? Saltar de um para outro lado, ficando só na memória os sítios onde fomos felizes?
Pensarão todos assim ou é apenas esta minha característica de saudosista que me faz reflectir por mim e pelos outros?
Um comentário:
A passagem dos dias traz, por vezes, um ou outro menos bom. Mesmo que nada aconteça, cai de súbito uma tristeza, vinda não se sabe de onde. Ânimo.
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