Chega sempre de mansinho este cheiro de Natal! Com ele vem a vontade de comprar presentes, de pensar nos que amo e no que lhes fará brilhar os olhos. Penso em frio a varrer a pele, em aconchego de lareira, em risos, em mesas cheias de doces tradicionais, em cânticos, desafinados, mas não interessa nada, em conversas longas à volta da mesa. Ficam ainda as minhas intenções de uma mesa irrepetível no que diz respeito à decoração natalícia que nunca se chega a concretizar porque não há tempo para tanta atenção a tudo e a todos.
Mudam agora os papeis antes atribuídos à mãe que tudo coordenava e resolvia. Agora estamos entregues a nós próprios, quais órfãos de decisões e de mimo, de só ser importante chegar e usufruir. Agora é necessário organizar e pensar porque a mãe já não o consegue fazer. Muito triste!!
Acima de tudo, fica o gosto de estar com os que amo e uma saudade imensa das minhas pessoas que embora continuem a sê-lo já não consigo ouvir-lhes a voz e escutar-lhes a sabedoria. Ficaram em mim os ensinamentos e muito do que sou.
Chegou este tempo mágico. Com ele, a urgência de viver e de aproveitar tudo o que os dias ainda nos vão oferecendo.
A vida é um sopro! Muito leve!
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