Era o dia em que se cortavam os ramos do loureiro que existia no quintal. Não era um ramo qualquer! Tinha de ser grande, direito e com bom porte!
No sábado era o dia em que eu e o meu irmão o enfeitávamos com requinte: colocávamos no ramo desde rebuçados, até pequenos brinquedos e muitas camélias de várias cores. No sábado á noite ficava encostado à parede, enfeitado e pronto.
No domingo de Ramos, depois de tomarmos banho, rumávamos à igreja para a celebração. Penso que todas as crianças faziam uma competição com os seus ramos para ver quem levava o maior e quem dava mais nas vistas na sua decoração. Havia alguns decorados com laranjas e outras frutas que vergavam os ramos quase até ao tronco.
Lembro-me da sensação de ver a igreja transformada numa floresta de loureiros e oliveiras e em que quase não se viam as pessoas!!! O que dizia o Padre Samuel? Não me lembro porque não era essa a preocupação principal!
Importante mesmo era levantar o ramo o mais alto possível para que a bênção ficasse bem feita. Na saída, a floresta dispersava e acabava a festa. Os nossos, depois de retiradas as decorações, serviam de tempero para os grandes assados em dias de festa.
Belos tempos!
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