Ela, 87 anos, muitas rugas e um olhar triste, muito triste, mais que justificado.
Ele, o marido, 90 e muitos, em casa, à espera dela.
E desabafava ela. Sabe é a minha companhia. ainda que não fale, me dê trabalho, faça com que eu não durma bem de noite, eu pego-lhe na mão e sei que ele está comigo. Estamos os dois. Ele faz-me companhia. Até quando? Não sei! E eu sinto-me bem assim!
Hoje, estou lamechas. Olho para a minha companhia e aprecio tudo nele! Sinto-lhe o calor e dou graças a Deus. Vemos televisão sem grandes planos e eu aprecio mais uma vez. Arrumamos as roupas de Verão, cozemos castanhas, passamos roupa a ferro e tudo parece fazer mais sentido. É a minha companhia.
Amanhã, passam 29 anos desde o dia em que prometi estar com ele na saúde e na doença por todos os dias da nossa vida! Prometi e cumpri! Sempre sendo a sua companhia e ele a minha.
É bom! Valorizar as pequenas coisas, os gestos e a presença!
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