Ontem estive na Serra. Questões logísticas imperavam. Tudo resolvido. Passagem rápida pela casa dos pais, agora tão silenciosa e arrumada porque vive quase sempre apenas nos corações de quem lá viveu.
No quintal, os lilases começaram a florir, assim como as japoneiras que anunciavam sempre o final do Inverno. Um cheiro bom enchia o ar, como sempre encheu. Faltava o cheiro da terra revolta que antecedia o início das plantações da horta. A mãe tomava conta dela como se de um quarto filho se tratasse.
Quando chegava de Coimbra, muitas vezes, ia encontrá-la lá entre os morangos e os espinafres e a frescura dos dias de Primavera. Nada disto volta, mas naquele ambiente é impossível não os sentir mais presentes e querer agarrar as memórias, as falas, os risos, o ruído de uma casa vivida por uma família unida e querida.
Trouxe os lilases para estarem comigo e me emocionarem cada vez que sinto o seu perfume.
Queridos pais!
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