sábado, 6 de abril de 2024

Cheiros de infância

 


Ontem estive na Serra. Questões logísticas imperavam. Tudo resolvido. Passagem rápida pela casa dos pais, agora tão silenciosa e arrumada porque vive quase sempre apenas nos corações de quem lá viveu. 

No quintal, os lilases começaram a florir, assim como as japoneiras que anunciavam sempre o final do Inverno.  Um cheiro bom enchia o ar, como sempre encheu. Faltava o cheiro da terra revolta que antecedia o início das plantações da horta. A mãe tomava conta dela como se de um quarto filho se tratasse. 

Quando chegava de Coimbra, muitas vezes, ia encontrá-la lá entre os morangos e os espinafres e a frescura dos dias de Primavera. Nada disto volta, mas naquele ambiente é impossível não os sentir mais presentes e querer agarrar as memórias, as falas, os risos, o ruído de uma casa vivida por uma família  unida e querida. 

Trouxe os lilases para estarem comigo e me emocionarem cada vez que sinto o seu perfume. 

Queridos pais!

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