Amanhã lá vão eles embora para o seu tempo de descanso. Li algures que ser professor é criar uma família todos os anos de que se despede no final de cada ano! É mesmo assim!
Este ano não senti isso porque não tive turmas mas somente grupos de alunos e menos vezes por semana cada grupo. Não deu para os conhecer bem, para lhes conhecer as piadas e as traquinices. Também não chegou para atar laços fortes de amizade. Entrei só em Março e ainda debilitada.
Sentia falta deles. Estar com gente jovem faz com que fiquemos jovens por mais tempo. Faz pensar a vida, o futuro, o nosso e o deles. Quando já estamos pelos cabelos de cansaço não temos tempo de pensar deste modo.
A minha paragem forçada fez-me sentir falta de coisas e de pormenores que eu antes abominava. Coisas da vida.
O sofrimento transforma-nos. Este foi sempre o meu lema e a minha experiência está sempre a dar-me razão. Empodera-nos, faz-nos viver a vida de forma diferente. Ajuda a descomplicar vértices difíceis e a ver maciez onde antes se viam apenas picos.
Ensina-nos outros caminhos, leva-nos à aventura. Centra-nos no importante.
Tanta coisa que o sofrimento nos trás e nós sempre a fugir dele! É humano!
Depois dele ter passado, ou a maioria dele, podemos ver claro no fundo do túnel. Só nessa altura.
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