segunda-feira, 30 de março de 2020

Dizem que isto vai durar até Junho


Bum! Toma lá logo pela manhã para ainda ficares mais bem disposta! Não é o ficar em casa! Tenho tanto ainda que fazer por aqui! São as mortes! Morrem novos e velhos e não param de subir os números apesar de tudo o que se tenta fazer. 
Morro de medo que os meus fiquem doentes e eu não lhes possa dar assistência. Se isto acontecer vou na mesma, quero lá saber! Morremos juntos!
O medo começa a invadir-me e não gosto. Nunca gostei de ter medo. Daquele que me paralisa e me faz voltar a correr para casa. 
Agora tenho muitos medos. E tenho medo de não os conseguir resolver. Sinto-me insegura em muitas situações e questiono muito o que sou e o que faço. E não me apetece fazer o que toda a gente faz como fazer limpezas de fundo, arrumar gavetas e quejandos. E sinto-me culpada por isso.
 Ontem fui buscar a caixa das minhas recordações queridas e foi um dó. As cartas de pai querido, as entrelinhas em que nunca tinha pensado, o amor ali estampado, os conselhos escritos que só tinha entranhados na alma, a caligrafia tão característica, os bilhetinhos da avó para os netos, combinando passeios e lanches juntos, cartas de amor, postais do dia do pai, da mãe, de aniversário. Tudo de um tempo tão longínquo que me fez muito mal recordar. Um nó grande de saudade apertou-me a alma. Tempos que nunca mais voltam. Pareciam tão certos e tão duradoiros por aquela altura! Parecia que tinham vindo para ficar!  Apenas na alma permaneceram!
Chove lá fora. Muito!

domingo, 29 de março de 2020

O que aprendi com o ensino a distância em 15 dias de prática


Foi assim num ápice. Fecharam as  escolas e agora começam a trabalhar com os alunos a distância. Só hoje tive tempo de procurar bibliografia extensa sobre o assunto, só hoje li, reflecti e concluí que a minha experiência ia, algumas vezes, ao encontro da teoria mas ficava, por muito recente e incipiente, muito aquém do já testado em anos e anos de estudo feito por  quem sabe.
Deixo algumas reflexões da minha experiência e possíveis caminhos em direção ao futuro.
- A sala de aula é realmente um espaço emotivo, afectivo e que faz muita falta a todos os envolvidos. Tive saudades deles!
- Comecei por enviar trabalhos longos com baixo nível de dificuldade para irem executando durante toda a semana. Os alunos não fizeram isso. Na hora destinada à minha disciplina, deitaram-se ao trabalho e queixaram-se da extensão da tarefa!! Explicação mal feita da minha parte, formatação da mente ainda na sala de aula normal. Os alunos também.
- Necessidade de explicar muito bem o que se pretendia. 
- Continuar os métodos utilizados nas aulas presenciais e com que eles já estavam familiarizados. Fichas de investigação com pesquisa no livro e em power points. Comentários a filmes. 
- Alguns alunos não tinham a tecnologia necessária, nem às horas pretendidas para a realização das tarefas.
-Alunos muito irrequietos, pouco motivados, pouco interessados e perturbadores foram os que se mostraram mais motivados no ensino a distância, entregaram os trabalhos a tempo, questionaram, tiraram dúvidas e conseguiram surpreender-me.
- Os alunos mais estruturados em sala de aula, que realizavam todas as tarefas de forma irrepreensível, demonstraram alguma insegurança, algum atraso na realização e alguma confusão.

Para o futuro:
- Será importante planificar todas as tarefas de forma cuidada e meticulosa tendo em conta os materiais que temos à disposição. Estas tarefas devem abranger os conteúdos ainda não lecionados.
No inicio do período dever-se-á ter planificadas todas as tarefas divididas por pastas que contenham o título, a informação aos alunos e os materiais a utilizar.
-As tarefas devem ter, à medida que decorre o período, um nível crescente de autonomia e que implique que os alunos comuniquem uns com os outros de modo a manter o contacto social mesmo que à distância.
-Devem ser consideradas tarefas que permitam uma avaliação das aprendizagens realizadas.
- A programação deve ser enviada semanalmente de acordo com o número de horas da disciplina, com tempo de entrega que poderá não ser igual para todos os alunos. Um aluno que tenha computador pessoal e internet ilimitada não tem as mesmas condições que um aluno que partilhe o computador com dois irmãos e a internet falhe a toda a hora.
-Deve ser utilizada a mesma plataforma para não aumentar a confusão e o ruído. 
-As tarefas devem ser diversificadas, podendo ser de pesquisa, de consolidação, de experimentação, de observação, desde que devidamente explicadas.
-Devem ser registadas todas as interações dos alunos com o professor, as dúvidas apresentadas, as dificuldades e o trabalho executado. Um documento excel servirá para acautelar todas estas informações..
-.Deve haver um contacto mais directo e frequente  com os alunos podendo mesmo envolver os pais e encarregados de educação sempre que o aluno não cumpra as tarefas apresentadas ou não responda quando questionado  ou simplesmente para dar um feedback positivo do trabalho realizado pelo educando.
-Deverá ser criado um canal para contacto dos encarregados de educação com o professor sempre que algo não esteja a correr bem.

Depois destes 15 dias, de muita hesitação e de trabalho  moroso por falta de prática deixo as três dicas mais importantes:
-Não respeitar o horário do aluno mas trabalhar com o espaço de uma semana ou mais de modo a poderem organizar-se com as famílias, face aos recursos que têm.
-Trabalho colaborativo o mais possível. Trocar materiais, trocar impressões, estratégias, descobertas.
- Planificar exaustivamente. Planificar. Planificar!

E é isto!

Conselho amigo


Da próxima vez que for às compras, lá mais para a frente e quando fizer eco no seu frigorífico quando o abre, não se deixe levar por recordações de infância, ai e tal, isto já está tão mal que necessito urgentemente uma compensação que me lembre outros tempos.
Transfira estes pensamentos para uma ida ao  quiosque e compre uma raspadinha! Desinfecte com álcool quando chegar a casa, deixe secar e raspe. Pode ser que tenha sorte!
Vai ver que faz muito melhor à sua saúde! E à saúde  do cônjuge  que embora não tenha tido interferência na  compra, não resiste à tentação de o colocar em cima de uma fatia de pão!

sexta-feira, 27 de março de 2020

Sonhos que me atormentam


Sabem aquelas fotos que gostamos de tirar quando vamos de carro e encontramos estradas sem carros e muitas curvas românticas? Muito comum no Alentejo. Na última viagem que fiz para aqueles lados há aproximadamente três semanas (ainda bem que fomos!) encontrei trechos lindos de verde, de árvores centenárias e uma luz incrível que chamava pássaros e lembrava liberdade. 
Hoje sonhei com essas estradas e com essa liberdade de ir, só porque sim!
A madrugada mudou o sonho para casa de filhos queridos. Era eu que ia toda contente porque estava combinado e era o certo. Acordei e dei-me conta que não ia a lado nenhum! Nenhum mesmo! Fiquei na varanda um bocado até me passar a neurose e me começar a sentir com sorte por ter uma varanda grande e solarenga e depois comecei o trabalho do dia. 
Cozinhei legumes com ovos escalfados para o almoço. Foi uma boa opção!
 O trabalho continuou com uma videoconferência que ocupou quase toda a tarde. 
Agora é saber da minha gente, dar dois dedos de conversa, programar o dia de amanhã, sem idas ao mercado, e já está.
Durmam bem!

quinta-feira, 26 de março de 2020

Que tempos estes!



Em que temos medo uns dos outros, em que se apedrejam pessoas de lares de idosos porque não se querem ali porque estão infectados com o tal vírus! 
Os dias custam a passar, porque não conversamos, não trocamos ideias e não nos viramos para fora. Estamos recolhidos nos nossos problemas, nas nossas dúvidas, na nossa filosofia barata que tenta dar sentido a tudo isto. Tudo se avoluma e o dia de amanhã deixou de existir programado por um " e se..."!
Frases bombásticas enchem as redes sociais: daqui vai sair um país novo, uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais unida!
Duvido!
Vai voltar tudo ao mesmo só que com muito mais medo! Os apertos de mãos já não serão tão firmes e, se pudermos, evitaremos o beijo ou o abraço que não fazem falta. As distâncias sociais vão aumentar e só lá muito mais para a frente, quando as nossas mentes se esquecerem que estivemos a uns passos de sermos contaminados, os actos sociais voltarão à normalidade. Se eu verei ainda? Tenho as minhas dúvidas! Vai demorar muito tempo a sanar a desconfiança do medo.
Vamos ser muito mais caseiros, mais ecológicos, mais virados para dentro e mais fechados.
Vamos perder muito do que tínhamos até aqui: reuniões familiares,  almoços de amigos, compaixão, amizade, cafés pela tarde dentro, estar lá para  o outro e muita sabedoria. 
Eu, pela minha parte, continuo a viver um sonho, ou pesadelo, como lhe quiserem chamar. Habituei-me aos dias, às novas rotinas mas ainda não acredito que não posso prever o dia em que poderei sair de casa. Só muito mais tarde, (como eu me conheço bem!) vou entrar em stress, vou rebobinar tudo isto como elemento do filme, sofrer para caramba e traumatizar. Por agora, continuo como espectadora! 

São 1.30H da madrugada


Não tenho sono e continuo a trabalhar a lançar propostas de notas como se amanhã não tivesse tempo. Tenho, ou por outra, penso que terei. Estamos em tempos em que nunca se sabe o dia de amanhã. E se começo a tossir e se acordo com febre? 
Hoje fui à rua e tudo me pareceu muito claro e ao mesmo tempo muito assustador. Procurei um supermercado sem ninguém mas sempre que entrava alguém eu quase corria para o fundo dos corredores. Cheguei a casa, tirei os sapatos e a roupa, tomei banho mas fiquei com nojo da fruta. Então limpei-a com álcool gel (a casca) e voltei a colocá-la na fruteira. Nunca fiando se alguém tossiu para cima dela!
Estou a ficar paranoica mas esta coisa de todos os dias morrer tanta gente e ainda não termos atingido o pico e não saber quanto tempo ainda vou ficar aqui em casa põe-me os nervos em franja. 
E se fico doente por outro motivo? E se tenho de ir para o hospital com qualquer urgência?  É preciso fazer planos, imaginar cenários para que não nos apanhem de surpresa. 
De surpresa, só a morte e mesmo essa...

quarta-feira, 25 de março de 2020

Tenho andado um tanto aborrecida!


Dizem-se coisas que calam fundo, magoam e se em outras alturas não faziam tanto dano agora dá-me para pensar muito seriamente no que me dizem  ou insinuam, ou transmitem simplesmente.
A quarentena faz-me focar no essencial da vida. O meu essencial passa  por ser apreciada por aquilo que faço ou tento fazer o melhor que sei. Toda a minha vida foi pautada por tentar o equilibro entre o que os outros queriam e o que me fazia falta. Qual trapezista fiz números impensáveis, até para mim! O resultado continua a parecer-me muito positivo! 
Talvez por isso, e por este resultado ser tão gratificante ao meu esforço, qualquer chamada de atenção que vá contra isso me transmite uma tristeza infinda.
Foi só um desabafo!

Devia ser proibido


Ter blogues de culinária em que as fotografias não são minimamente cuidadas. Pouca luz, má focagem, uma cor pardacenta que tira imediatamente qualquer vontade de experimentar qualquer uma das receitas escritas.
Blogues de culinária têm de fazer sonhar, têm de ter estética, têm de ter cenário, loiças bonitas, bons filtros, comida que apeteça comer. Há cursos que ensinam  a fotografar comida!
Alguns blogues são mesmo terríveis! Então aqueles de toalha de plástico e panela em cima da mesa...poupem-me!
Aviso que hoje estou do contra!

terça-feira, 24 de março de 2020

Coisas que me entristecem


Hoje sai pela penumbra da noite para ir deitar o lixo fora! Pensando talvez que o vírus não gosta da luz ou só porque a luz do dia já me faz impressão.
Começar a manhã com 12 minutos de dança e depois sentar-me a trabalhar durante todo o dia. 
Há dias em que só me vêm à cabeça os filmes de ficção científica que eu detestava ver sobre pragas, ataques químicos e doenças. Afinal a ficção limitou-se a mostrar a realidade!
Coisas estranhas neste mundo louco!

segunda-feira, 23 de março de 2020

Descobri um bolo sem ovos!! IUPI!


Fui à net e encontrei. Rápido, e muito bom! Polvilhado com açúcar de coco.

Massa
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara de açúcar
1 e 1/2 xícara de achocolatado em pó
1 xícara de óleo
2 xícaras de leite
1 colher (sobremesa) rasa de fermento em pó

    1. Coloque no liquidificador primeiro os ingrediente líquidos e bata
    2. Acrescente o restante deixando o fermento para o final
    3. Auxilie o batimento com uma colher se necessário
    4. Leve ao forno em forma redonda  untada por aproximadamente 25 a 30 minutos

Coisas que descubro


Um Smartphone nas minhas mãos não dura mais que três anos. O tempo de acabar a garantia e pouco mais! Deixou de trabalhar. Ponto. Entrou em quarentena! Mas uma quarentena maluca de iniciar constantemente sem ninguém o mandar! Logo agora!
No site da Worten parecem-me estes aparelhos muito mais caros do que é habitual! Estou a precisar de novos óculos ou será mesmo?
Estou viciada em deitar álcool nas mãos e esfregar até não haver amanhã. Quando já não for necessário farei parte do grupo das maluquinhas com medo dos germens que se lavam em desinfectante. A ver vamos!
Os dias estão a passar muito rapidamente entre tarefas da escola intermináveis, telefonemas a acordar alunos às 13 horas, limpar pó, almoços, roupas, passos de zumba e pouco mais.
Tenho saudades da minha família. Qualquer dia nem os conheço!
Tenho medo de sair à rua mas uma vontade insana de o fazer. Acho que vou fugir de casa!!!!
Ainda tenho muita comida no congelador! Falta fruta. Só tenho ananás em calda se isso for considerado fruta! Restam ainda duas latas! Também acabaram os ovos! Será motivo válido? Não posso fazer bolos sem ovos! Todos levam ovos!
Apetecem-me laranjas! Será que é razão suficiente para me deslocar de carro a sete kms de distância?  Ó Sr. Agente apetecem-me laranjas! Talvez seja mesmo falta de vitamina C. Li que ataca o vírus!! Talvez me deixem passar!
E é isto! Desabafar faz bem nem que seja num blogue que ninguém lê! 
Um dia vou dar por muito bem empregue este tempo de escrita que tanto dinheiro me poupa no psiquiatra!

sexta-feira, 20 de março de 2020

Mudanças


A mudança vem sempre de situações que vivenciámos e em que nos sentimos bem. Tenho a certeza que esta vida forçada que estamos a viver vai trazer grandes mudanças nas famílias, no modo de passarem o tempo, no que valorizam e em tudo o que programarem daqui para a frente. Penso que vamos entrar numa fase mais autêntica em que vai ser mais o que se vive do que o que se quer dar a impressão que se vive. Até as redes sociais vão ser um pouco mais autênticas!
Estes dias com os filhos, a necessidade de os vermos felizes, as brincadeiras improvisadas ou não, o fazer coisas juntos, o sentimento de pertença que todos sentem e que alguns há muito já não sentiam, vai fazê-los pensar no essencial da vida humana. Nem carros, nem luxos, nem férias longínquas podem competir com um abraço de um filho e de um carinho na altura certa. 
Ter tempo para estar, para amar sem hora certa, para acarinhar, para sentir que somos amados e muitos têm saudades nossas, vai fazer-nos repensar as intriguices, as conversas de conveniência, os não assuntos que preenchem uma parte preciosa dos nossos dias. 
Acredito que vamos sair melhores pessoas depois destes dias. Mais humanos, sem medos de demonstrar o quanto amamos, o quanto sentimos a falta, o quanto gostamos de mimar. Talvez sirvam também estes dias para treinar o perdão, para relativizar, para compreender, para nos colocarmos no lugar do outro com maior facilidade. 
Acredito nisto tudo. Estou a fazer a minha parte afincadamente.

Lentamente, muito lentamente


Vai-se instalando o medo na minha mente. E se...eu sair de casa e apanhar o vírus? E se ele estiver na fruta que quero comprar? Ou na fila do supermercado? 
Sinto-me apenas segura aqui em casa e no meu carro porque ninguém lá entra. Estúpido mas é a realidade. Cada dia me custa menos estar por aqui porque a segurança  é plena. Trabalho, vou variando as tarefas, envio trabalhos e emails aos alunos e colegas, cozinho, limpo, leio, faço tricot, vejo alguma televisão, pesquiso na net, vejo conferências TED para as quais nunca tinha tempo e os dias passam sem grande alarido.
Uma grande angustia me atormenta: no dia em que for dada a ordem de saída será que realmente não poderemos ser contaminados? Ou é somente uma questão estatística? 
E é isto!

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia do Pai




Já lá vão 10 anos querido pai em que não oiço a tua voz! Continuo a ouvi-la dentro do meu peito com o mesmo timbre, a mesma entoação e a visão dos teus olhos que a acompanhavam.
Vivo hoje de recordações de ti e descubro ainda muita coisa do que foste.
A tua coragem em primeiro lugar. Homem forte, cheio de força, cheio de garra e entusiasmado sempre com o futuro.
O teu sentido de família. O que te alegrava cada uma das nossas conquistas e o que te entristecia cada gesto nosso que não consideravas o melhor.
O teu não queixume. Tanto que sofreste fisicamente sem te queixares, sem te lamentares apenas contente por já ter passado.
A tua vontade de viver. O querer saber sempre mais.
O saber ouvir. O meu melhor companheiro nesta coisa de contar só por contar. A pessoa que melhor entendia o meu ser.
O amor que tinhas pela mãe e a preocupação pelo bem estar dela.
O amor contido, terno, doce e imenso que tinhas pelos teus netos.
A tua inteligência superior. O teu bom senso. A tua visão sempre certa sobre o mundo.
Um certo aprumo afectivo que dispensava grandes abraços mas admirava grandes presenças.
És o meu querido pai a quem tenho pena de não ter dado muitos mais abraços porque uma das recordações mais ternas que tenho de ti, nos últimos tempos da tua vida, foi um dia em que me deitei a teu lado, me aconcheguei a ti e vi tanta mas tanta ternura nos teus olhos que ainda hoje me conforta nos momentos menos bons.
Querido Pai!

Desperdício de dias e de tempo


Neste tempo de estar em casa temos de nos sentir conetados com quem amamos esteja perto ou longe. Sentir que somos amados e que amamos e nos preocupamos com o outro é meio caminho andado para uma sanidade mental que se deseja. 
Todos os minutos que não sejam passados neste modo são puro desperdício da vida que Deus nos ofereceu. Eu lido muito mal com isto. Com este tempo de deixa andar  e de fazer o que me apetece. Ponto.
Estamos neste mundo por alguma razão e não pode ser unicamente para afirmar a qualquer custo a nossa individualidade. O amor sentido e vivido é o único motor  para nos elevar um pouco do rasteiro que é, na maior parte dos dias, o nosso viver. 

terça-feira, 17 de março de 2020

Isto ainda nem deu tempo para pensar na vida!

É tanta tarefa, tanta coisa para fazer, tanto pó para limpar que os dias são curtos para tanto.
Levantar e começar a pensar no que vou enviar aos alunos. Pesquisas e organização da informação para chegar tudo certinho e eles conseguirem realizar. 
Depois são os vidros que abundam cá por casa. Tiveram piada ao princípio, ai e tal que casa luminosa, mas neste momento são um entrave ao descanso. Continuamos com a roupinha para neta pequenina. Isto sim, são tarefas queridas! Horas de almoço e checar o congelador para ter uma ideia para quantos dias temos paparoca decente. Tomar um cafezinho já em frente do televisor não vá já ter acabado o isolamento e eu ainda por aqui estar! Era bom não era?
Estender a roupa na varanda. Nem vivalma na rua! 
Continuar com as tarefas escolares da parte da tarde. Aproveitar para pesquisar tudo aquilo que queria já ter feito. Criar pastas e arquivar tudo direitinho. 
Apetece-m algo doce! Já ontem me apetecia! Deve ser dos nervos! E se fosse fazer um bolo? Não pode ser! E logo agora que quase não te mexes! Mas podia fazer aquele de canela quase sem açúcar e que não leva manteiga! Quando dei por mim, já estava a entrar no forno! Até bicarbonato tinha cá em casa!!!!
O sol começa a baixar! Já??? Ainda não fiz tudo! Mas vem um cheirinho da cozinha que nem imaginam!
Vou ali comer uma fatiazinha fininha e já volto!

quinta-feira, 12 de março de 2020

Eu e os vestidos


Acredito que algures neste mundo haverá alguns vestidos que me fiquem bem! A procura continua. Online chego sempre à parte do pagamento considerando que este sim vai ficar-me bem mas desisto logo de seguida. O curioso é que quando tinha 20 anos não usava calças porque achava que me ficavam mal e depois tudo mudou e se inverteu. 
Adoro estes vestidos esvoaçantes, com cores de Primavera, que usados com sapatos Kitten Heels criam um look adorável! o pior é realmente encontrar o tal vestido.
 Eu tento! Chego mesmo a levar uns quantos para experimentar mas... voltam todos!

quarta-feira, 11 de março de 2020

E se calhar...


Era só mesmo destes momentos que eu precisava para alinhar ideias e pensamentos. Às vezes é nestes momentos tristes que projetamos com clareza o que nos está a fazer falta. É nesta ânsia de calma, de paz e de entendimento que sentimos o que realmente é importante. 
Talvez fosse mesmo isto que faltava, o empurrão emocional que esperava para começar em mim as transformações há muito pensadas.

Dias tristes



Fazem parte da vida. Pões tudo em causa. Pensas profundamente no que andas cá a fazer e só a imagem da tua mãe e do seu olhar lento e frio enternece os teus sentimentos. Aquele sim, é e será sempre um amor para a vida! Tudo o resto é paisagem e tempo que passou. Pensas seriamente se o que fazes e dizes alguma vez fez sentido e se toda a tua vida não foi, apenas e só, um grande erro de estratégia.
Dificuldade em lidar com as palavras, ditas e sentidas, com o desânimo, com a fraca vontade de continuar a lutar. Dificuldade em alinhar ideias, conceitos e em tirar conclusões. Grande nevoeiro a apoderar-se de mim!
Até amanhã.

domingo, 8 de março de 2020

Dia da Mulher


De qual das que habitam em mim? Sim que isto de ser mulher é terrível e dramático.
- Da submissa que todos os dias acorda com a ideia de que tem de fazer o que os outros esperam dela?
- Da aventureira que sonha partir sozinha, só para sentir como será, para um destino diferente e passar os dias a apreciar todas as novidades e a crescer interiormente?
- Da revoltada, que espera todos os dias que algo mude à sua volta para que todo o seu mundo volte à normalidade?
- Da Kalimero que se lamenta todos os dias, achando que o mundo se virou contra ela e contra os seus planos?
- Da injustiçada que sente que foi e é alvo de maus juízos, de sentenças que não lhe dizem nada porque não é assim nem nunca foi?
- Da ansiosa que vive as coisas, os factos, as incertezas com uma dose grande de pavor e cá por fora tudo continua a parecer calmo?
- Da indecisa que tem a maior dificuldade em cada momento em decidir o que vai fazer a seguir ou como o vai fazer?
- Da corajosa que nos piores momentos consegue ir buscar forças, sabe-se lá onde, e sorrir para fora mesmo que o coração sangre?
- Da insegura que disfarça todos os dias o que queria ser para que a aceitem como é?
- Da esperançosa que acredita ainda que a vida lhe vai trazer algo novo, algo bom e que os desafios estão aí ao virar da esquina?
- Da profissional que em cada dia dá o seu melhor na construção das gerações que hão-de vir?
-Da designer que sonha novos cenários todos os dias, que recorta ideias, que fotografa recantos, que consegue adaptar o que vê ao que que quer junto a si todos os dias?
-Da chef que se imagina com um restaurante onde todos sejam felizes e queiram voltar'
- Da sonhadora que imagina cenários fantásticos e mundos que ainda a  esperam?
- Da mãe que se deita a pensar neles e acorda a pensar neles neste cordão umbilical para lá do que é compreensível? 
- Da avó que descobriu um amor novo, um amor só ternura, um amor que melhora o mundo e me transforma numa criança feliz?
Um bom Domingo para todas elas!


quinta-feira, 5 de março de 2020

Ainda sobre o post anterior



Toda esta reflexão vem ainda da sessão de ontem da formação que frequento actualmente - EU CONFIANTE.
Obriga a pensar, a relativizar e o mais importante de tudo é que é para aplicar aos alunos que agora se debatem com toda a insegurança destes tempos de redes sociais, tratamento de imagens, mundo virtual, perfeição que não existe. 
Se conseguir que alguns dos meus alunos comecem a ser mais autoconfiantes, mais eles próprios com os seus defeitos e qualidades fico feliz. Já que eu não tive quem me ajudasse neste caminho que trilhei sozinha, que possa agora ajudar uns tantos a conseguirem que as suas escolhas não se pautem pelo medo da rejeição.

Somos tantas numa só pessoa




Vem isto a propósito de ter encontrado nas redes sociais (pois claro) pessoas que me conheceram e comigo conviveram quando andava no início da década dos 20! Depois, pelas circunstâncias da vida , nunca mais nos vimos. Serão agora capazes de reconhecer em mim, quem fui lá atrás?
E tantas pessoas que habitaram em mim desde aí! Já fui insegura, (muito) já fiz escolhas muito erradas, já sofri sem razão, já  amei, já fiz tanta loucura por amores que não valiam a pena e só eu é que não via, já vivi uma vida quase inteira a construir uma família que entretanto ganhou asas, já ganhei confiança em mim, já realizei coisas que nunca pensei vir a realizar, já não me importo absolutamente nada com o que os outros pensam, já tive o cabelo de todas as cores,  o meu corpo já mudou muitas vezes, já não acredito em tudo o que oiço e só respondo ao meu cérebro, já tenho quase tudo o que nunca pensei vir a ter.
Olhando para trás, fica só a mágoa de aos vinte não ter esta sabedoria que agora tenho! Não ter aproveitado tudo o que tinha e era sem o saber e sem me deixar influenciar por esta maldita insegurança que tanto me custou a abandonar e por esta comparação excessiva com tudo o que mexia à minha volta.
Eu era uma mulher bonita! Só que não o sabia!

terça-feira, 3 de março de 2020

Coisas que descubro e tornam os meus dias mais ricos


Ouvi falar numa APP que permitia todos os dias escrever algumas das razões pelas quais devemos ser gratos. Chama-se Presently e é brutal. 
Há dias em que parece que nada aconteceu mas quando vais mais fundo, quando pensas a sério no teu dia, verificas que houve tantas e tantas pequenas coisas que te fizeram ser grato por tudo o que sentes e tens. Este exercício faz toda a diferença. Tudo nos parece gratuito, tudo parece que nos é devido e andamos tão enganados!
Agradecer as rotinas, os sorrisos, as piadas, as chatices que nos fizeram crescer, as desilusões que nos fizeram pensar de outro modo e encontrar novos caminhos.
Tudo isto é viver e crescer.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Transformada em fada do lar


Decidi que, a partir de agora, vamos começar a usar todas as nossas relíquias. Bordados, rendas,  trabalhos de horas tudo vai ser usado porque quase por acaso senti que durmo muito melhor quando os meus lençóis  são bordados e com entremeios de rendas super finas que me fazem sentir a princesa da ervilha. Sugestão ou não, é um prazer imenso deslizar por estas obras  de arte guardadas há tanto tempo. E para quê guardá-las?
Começou assim uma nova era. Acabaram as roupas do IKEA e afins e começou uma nova era cá por casa. Mais glamour e conforto estavam a necessitar-se. 
Tão feliz que estou! Tão eu e as minhas tradições.