quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia do Pai




Já lá vão 10 anos querido pai em que não oiço a tua voz! Continuo a ouvi-la dentro do meu peito com o mesmo timbre, a mesma entoação e a visão dos teus olhos que a acompanhavam.
Vivo hoje de recordações de ti e descubro ainda muita coisa do que foste.
A tua coragem em primeiro lugar. Homem forte, cheio de força, cheio de garra e entusiasmado sempre com o futuro.
O teu sentido de família. O que te alegrava cada uma das nossas conquistas e o que te entristecia cada gesto nosso que não consideravas o melhor.
O teu não queixume. Tanto que sofreste fisicamente sem te queixares, sem te lamentares apenas contente por já ter passado.
A tua vontade de viver. O querer saber sempre mais.
O saber ouvir. O meu melhor companheiro nesta coisa de contar só por contar. A pessoa que melhor entendia o meu ser.
O amor que tinhas pela mãe e a preocupação pelo bem estar dela.
O amor contido, terno, doce e imenso que tinhas pelos teus netos.
A tua inteligência superior. O teu bom senso. A tua visão sempre certa sobre o mundo.
Um certo aprumo afectivo que dispensava grandes abraços mas admirava grandes presenças.
És o meu querido pai a quem tenho pena de não ter dado muitos mais abraços porque uma das recordações mais ternas que tenho de ti, nos últimos tempos da tua vida, foi um dia em que me deitei a teu lado, me aconcheguei a ti e vi tanta mas tanta ternura nos teus olhos que ainda hoje me conforta nos momentos menos bons.
Querido Pai!

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