quinta-feira, 26 de março de 2020

São 1.30H da madrugada


Não tenho sono e continuo a trabalhar a lançar propostas de notas como se amanhã não tivesse tempo. Tenho, ou por outra, penso que terei. Estamos em tempos em que nunca se sabe o dia de amanhã. E se começo a tossir e se acordo com febre? 
Hoje fui à rua e tudo me pareceu muito claro e ao mesmo tempo muito assustador. Procurei um supermercado sem ninguém mas sempre que entrava alguém eu quase corria para o fundo dos corredores. Cheguei a casa, tirei os sapatos e a roupa, tomei banho mas fiquei com nojo da fruta. Então limpei-a com álcool gel (a casca) e voltei a colocá-la na fruteira. Nunca fiando se alguém tossiu para cima dela!
Estou a ficar paranoica mas esta coisa de todos os dias morrer tanta gente e ainda não termos atingido o pico e não saber quanto tempo ainda vou ficar aqui em casa põe-me os nervos em franja. 
E se fico doente por outro motivo? E se tenho de ir para o hospital com qualquer urgência?  É preciso fazer planos, imaginar cenários para que não nos apanhem de surpresa. 
De surpresa, só a morte e mesmo essa...

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