sexta-feira, 26 de julho de 2024

As netas essas desestabilizadoras de corações


 Houve um tempo em que não tinha netas! Vivia alegremente no presente sem pensar muito no que viria e naquilo que era ou queria ser. Um dia, soube que ia ser avó e, sem saber porquê, fartei-me de chorar. Uma emoção fora da conta tomou conta de mim! Aqueles primeiros anos foram de sonho. Aquelas mãozinhas, aquele amor, aquele abracinho, tudo era mágico. A seguir chegou a Clara no tempo do COVID. Hoje é uma menina meiga e doce que nos pega na mão e nos dá beijinhos vindos do nada, que é atenta a todos os gestos de ternura e que demonstrem amor. De seguida a Sofia, com o nome que sempre quis dar a uma filha que tivesse. Destemida, alegre desenrascada e amparada sempre pelo amor das mais velhas que a ensinam, a amparam e a vão ajudando sempre que necessita, embora necessite pouco. É enternecedor ver estes laços entre as três irmãs e perceber que são laços de vida e para a vida. Nunca ficarão sozinhas, nunca se sentirão sozinhas e serão uma pinha ao longo da vida.. 

No final do ano passado nasceu a Celeste com o seu olhar lindo, sorvendo a vida à volta mas estabelecendo laços desde cedo. Riso lindo. Embora ainda bebé é uma ternura sentir-lhe os braços a rodear-me e o sorriso rasgado quando me reconhece.

Com elas gosto de fazer coisas diferentes. Coisas de que se lembrem mais tarde. Gosto de fazer programas de as entusiasmar com as surpresas. Eu fico tão mais nova quando estou com elas!! Apetece saltar e correr, voltar à infância, fazer palhaçadas e de as ver rir.

Eu sei que é um lugar comum mas quero mesmo, além de viver com elas o presente, que elas se lembrem da vovó Lala quando eu já não puder fazer-lhes companhia. Que tenham histórias para contar, que se riam de algumas coisas engraçadas que vivemos e que consigam dizer anos mais tarde: a minha avó era assim...

O pior disto tudo? Voltar para casa!

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