quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Procura


Ontem, conduzi quase trezentos kms para cima debaixo de uma grande chuvada e voltei no final da tarde por mais trezentos kms com chuva a que se juntou a negregura da noite. Tudo isto, para ouvir um " minha filha!" dito pela mãe que já nem sabe muito bem quem eu sou, ou fui.
Se valeu a pena? Claro que valeu. Cada km percorrido tomou sentido!
Um bom ano de 2016! Que a palavra "bom" seja tudo aquilo que vocês desejarem!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Coisas cómicas numa manhã de chuva


Deixei o carro longe porque me apetecia andar a pé. Entrei no registo civil pela terceira vez porque o meu cartão de cidadão estava retido nos serviços centrais (ninguém sabia porquê!) e tive de pagar mais 15 euros para o poder resgatar porque, até ao final do ano, necessito dele para conseguir um registo criminal que confirme que estou apta a conviver com menores!!!
Uma fila imensa no corredor. Lá dentro, 4  ou 5 pessoas que só chamam a atenção porque vêm acompanhadas por uma criança dos seus 5 anos com uma saia  de tule branco até aos pés e um bouquet de flores brancas! Um individuo  de gravata laranja entra a correr com uma senhora de idade:
-Desculpem mas tive imenso trabalho em convencer a minha mãe a vir. Ela não queria vir mas eu queria estar presente! Ai, a menina que está tão bonita!
- Por acaso não acho. Já foi mais gira quando não tinha estes dentes grandes à frente! Retorquiu umas das senhoras presentes que devia ser a mãe da criança, pela idade que aparentava!
-E tão caladinha!
.Mais calada que o meu neto de 11 meses que está sempre a mexer-se. Não deixa colocar a fralda é um castigo. Eu até já disse à minha nora que o miudo deve ser hiperactivo! Acrescentou outra senhora de mais idade mas ainda conservada que se veio a descobrir ser mãe da mais nova e avó da criança vestida de festa. 
E o rapaz que chegou atrasado e de gravata laranja continua com a sua simpatia a tentar salvar o momento:
-Então como vai? Está com bom aspeto, boa cara! Virado para uma outra senhora pequenina muito rechonchuda de chapéu castanho na cabeça, não se percebendo se era para a festa ou só porque ficava com as orelhas mais aconchegadas.
-Estou bem . Só que gostava de estar mais magra, mas enfim!
-Pois! Deixe lá, é o mal de muita gente!
Chega a funcionária do registo civil:
-Quem são os noivos???
Uups! É um casamento! De carteira ao ombro e sapatilhas nos pés?
E lá começou o interrogatório a que eles iam respondendo em frente do amontoado à espera do cartão de cidadão!
Uma senhora lá de trás ainda opinou:
-Devia ser numa sala à parte. Mais que não fosse na sala de audiências!!
A "noiva" no final do interrogatório ainda perguntou incrédula:
-Já está?
Ninguém lhe respondeu!
Nova folha e novo interrogatório.
Desta vez, chegam-se ao balcão a senhora de idade que tem o neto hiperactivo e um senhor de bigode farfalhudo de cabelo  branco e comprido e começam a responder.
E os outros muito atónitos a perguntar com os olhos. E a senhora:
-Pois é! Também somos nós. Já não era sem tempo, mas era surpresa.
Lá foram declarando que, sim senhora, não tinham filhos em comum mas um tinha três e  o outro tinha dois e blá, blá blá. 
Dali percebi que iam fazer uam festa. E que a Cris (uma irmã, talvez) tinha declarado que não lhe apetecia estar no Registo mas somente ia ao almoço!
Um dos velhos ainda declarou:
-Talvez se atrase também para o almoço e serão quatro pessoas que se poupam. Ela deve trazer o marido!
Deu para me distrair, mas fiquei um pouco deprimida!
Vidas!
Ah! Depois de ir três vezes e ter pago mais 15 euros consegui o cartão!  E o registo criminal! Já posso dormir descansada. Não sou um perigo para os jovens com quem convivo.

Estamos mais velhos

Natal 2013

Natal 2015

Mas com estilo! A primeira foto retrata o Natal de 2013. Dois anos se passaram. Dois anos em que aconteceu tanta coisa! Coisas boas e coisas más numa imitação perfeita da vida! Dois anos em que fomos envelhecendo e combatendo (eu) o envelhecimento.
Dois anos em que tanto mudou nas nossas vidas! 
E aqui continuamos nós. De pedra e cal.
Mais velhos mas cravados uns nos outros  com  todo o amor do mundo.

Mais um Natal


Mais um mês  de Dezembro a chegar ao fim. Este ano foi diferente! Inaugurámos os Natais numa nova casa, bonita e cheia de amor. A vida avança quase  sem se dar por isso. De repente, vi-me no papel de mãe e já não no de organizadora a 100% como em  outros Natais lá mais para trás. Foi bom! Senti-me muito bem neste novo tempo!
Apesar de tudo o que aconteceu na semana anterior, quando nos sentámos à mesa conseguimos desfrutar, sentir a  amizade e estar bem. Uma família novinha em folha para conviver.
Este tempo de Natal tem a magia de nos trazer  agradecimento  pelo que a vida nos dá.  É tempo de renascimento, de começar de novo! 
Como eu gosto destes recomeços!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O que me ensinou a vida?

 Ilha da Berlenga. Subir arduamente até chegar ao cume. Assim é a vida!

A apreciar todos os momentos. A dar graças por aquilo que tenho e sinto. Não é o ideal, o melhor, não interessa. Vamos lá olhar para o lado e sentirmo-nos abençoados apesar de tudo.  Tenho um tecto por cima de mim, tenho família que gosta de mim, dinheiro suficiente para fazer uma ceia de Natal e SAÚDE. Pelo menos penso que tenho porque, a qualquer momento, posso deixar de ter. O drama é que não pensamos nisso como uma hipótese a ter em conta e, quando a doença nos bate à porta, sentimo-nos sempre injustiçados. Mas, como diz cara-metade, é dificil colocar justiça neste campo!
Não tenho a minha família grande comigo e tenho pena. Não revivo, mais uma vez, os Natais de outros anos. No entanto, este Natal vai ser melhor do que o do ano passado e isso é o que importa. Vou estar numa casa linda que acolhe um amor ainda mais bonito e tudo isto é gratificante.
Vamos então às couves e ao bacalhau!

Feliz Natal onde quer que estejam!

Deixo uma foto da nossa ida às Berlengas. Andámos anos para chegar lá! Um dia, fomos à descoberta. Foi muito bom! Deixar que a vida nos surpreenda. É disso que se trata. Quando isso acontece, sorver os momentos e retê-los connosco para nos darem força e sentido aos dias menos bons.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um Natal cheio de Esperança


Porque quem tem esperança tem capacidade de renascer todos os dias, apesar das contrariedades, apesar das doenças, apesar dos problemas, apesar das nuvens que teimam em não deixarem ver o sol. 
Ter esperança permite visualizar outros dias mais felizes, outras situações, outros acontecimentos que nos darão força de viver e vontade de ir e de fazer.
É esta esperança, esta ânsia de ultrapassar problemas que desejo para cada um de nós. Porque sem esperança, morremos um bocado em cada contrariedade e em cada problema. 
Viver é também saber retirar dos momentos maus grandes lições para os dias futuros.
Um bom Natal para todos. Um Natal em que saibamos retirar de dentro de nós o melhor que temos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Voltar

 Jantar de Natal - 2013 - o último em que estivemos presentes

E voltámos ao hospital! Um sítio que nos traz más recordações e também boas porque saiu de lá quase bom. Agora era necessário ir para acabar com os últimos sinais da operação do último Dezembro. Passado um ano, cá estamos novamente. A sala é diferente mas as recordações entram em mim sem pedir licença.
Ando cá e lá não permanecendo em lado nenhum. Navego, só porque é necessário. Coisas a fazer, listas, compromissos. As árvores de natal, os enfeites, os risos, tudo me passa ao lado.
Esperar, novamente, a rotina, a casa, a paz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Faz as pequenas coisas com amor


Dias tramados estes em que não há tempo para respirar. No sábado despedimo-nos do Amaro. O sofrimento acabou. Depois, pouco a pouco, vamos pensando que tudo muda e voltamos a enfrentar a  finitude de tudo o que damos como certo.
A ceia da consoada nunca mais vai ser igual mas, também o local deixou de ser o mesmo,  lá mais para trás. Habituamo-nos a que tudo é igual, ano após ano, e, de repente, percebemos que há uma última vez para tudo e  nunca nos apercebemos disso. Talvez seja bom ser assim. Não sei! O último Natal já não o passei com a família alargada. Passei-o no hospital. O meu último Natal, tal como o conhecemos durante 20 anos foi há dois anos! Tanto tempo!
Há agora que procurar outro lugar, outras rotinas, outros sentimentos. Há que ganhar coragem e navegar em mares desconhecidos!
Tudo isto custa. Tudo isto se faz com sofrimento.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Fim de tarde bom


Ontem, estivemos com filho mais novo na cerimónia de entrega de prémios aos melhores alunos de mestrado. 
Foi tão bom estar ali! Embora não demonstre muito, sei que estava contente. Mais um reforço, mais um bom momento para juntar a tantos que já vivemos.
Como dizia no post anterior, a VIDA é feita destes momentos. Há que aproveitá-los. Melhor dizendo, sorvê-los.
Parabéns meu filho.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ecos emocionais de um fim de semana


Porto. Chegar 6ª à tarde com sol e calor! Ouvir o mar lá ao longe. Entrar nas lojas pequeninas e encontrar achados bonitos com um atendimento de que já tinha saudades. Comprar pão. Tão bom naquela cidade! 
Sessão com o professor. Sair já noite cerrada com desejos de um feliz Natal e até 2016. Jantar com irmão na casa grande e silenciosa. Mesa comprida de festas e de barulho que está ainda à espera. Acredito que tudo se concretize. Partir a pé pela cidade dentro. Está calor para norte. Conversa boa. Tinha saudades tuas. Como eu me sinto em casa! Como a infância regressa logo ali, entre conversas vãs e silêncios que dizem tudo. Gostamos das mesmas coisas, da arquitectura, da História, das Estórias das cidades. 
Partir sábado, manhã alta para duas horas de viagem rumo à Serra. A mãe esperava-me... a dormir! Os olhos baços não me conheceram à primeira. Esperar pacientemente naquela sala retirada de um filme triste de qualquer realizador italiano. Confrontar-me comigo, com os meus  sonhos, com o tempo, com a vida, com a pressa de viver que se apoderou de mim.
Entrar naquela casa para dormir sozinha pela primeira vez na minha vida. Acender a lareira, Ouvir os risos dos meus filhos quando eram pequenos, imaginar a azáfama na cozinha, olhar a mesa grande vazia e ouvir o som da viola do Zé Carlos a tocar canções de Natal e nós todos a cantar. Felizes porque, naquela altura, éramos felizes sem o saber.  Entrar no quarto que antigamente era o dos pais e deparar com a foto do meu pai, com o seu olhar característico de quem sabia demais da vida. Uma emoção. Meu querido pai.
Retirar a frigideira de ferro e partir morcela para o jantar. Procurar esses cheiros da morcela a fritar no ferro e ... nada. Imaginar a mãe ali atarefada a quem esta técnica saía sempre bem com pedaços estaladiços e saborosos para entrada de lautas refeições. Não consegui comê-la. Ficou no congelador!
Arrefeci! O lume apagou-se e a minha alma pedia coragem para subir as escadas. Fechei a sete chaves parte da casa e deitei-me. 
Acordei com frio. O silêncio continuava. Não havia o crepitar do lume, não havia barulho, não ouvia a minha mãe a falar com os netos. Já não voltei a acender a lareira. Tomei banho na imensidão da casa de banho. desliguei o cilindro, fechei as persianas, fechei a porta e bati à porta que alberga a mãe.  Rosto alterado, ansiedade, palavras sem sentido. Onde andas mãe? Onde te escondeste de mim? Quem és tu? Que gritas e me chamas por outro nome?
Medo! Onde estão as nossas conversas? Onde escondeste o sorriso? Beijas-me as mãos e eu estremeço! 
Volta por favor! Só por algum tempo para eu matar estas saudades que sinto de ti! 
Regressar e olhar para a beleza da estrada que sei de cor. A tristeza tomou conta de mim. 
Entrar no hospital já noite cerrada. Abraçá-las e dizer-lhes que estou com elas e partilho a dor delas. Olhá-lo e pensar que ninguém merece estar assim. 
Voltar com o coração negro depois de uma despedida que me fez verter todas as lágrimas até ali contidas.
Percorrer o escuro da auto estrada e pensar com que força eu iria hoje começar o dia.
Consegui levantar-me, arranjar-me e ir trabalhar. 
A vida é isto! Aproveitar os momentos! Mais nada!


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Verdade

 
"Dê a quem você ama asas para voar,
raízes para voltar,
motivos para ficar."
 
Dalai Lama

Dezembro, por favor, não avances.


Não quero que chegue o Natal! Não quero multidões nas ruas e comércios que me impedem de sair e de me distrair.
Não quero ter de decidir, de pensar sobre isso. Qualquer resolução vai levar ao sofrimento e já não quero sofrer. Entre  o desejo e o dever, entre o frio e o calor, entre todas as pessoas que eu amo e que não posso reunir, assim vai ser o meu Natal! 
Por isso, Dezembro, não avances. Deixa-me neste limbo sem ter que pensar em  nada!

domingo, 29 de novembro de 2015

Uma descoberta muito boa



Um restaurante muito  bonito e com um menu de domingo super apetitoso. Gostei imenso do menu das sobremesas. Como quase sempre!!!
A vista é deslumbrante sobre o rio. Logo atrás, o castelo.
A repetir em ocasiões especiais! Obrigada  André!

Um quarto de século!


O meu filho mais novo fez hoje um quarto de século! 
Uma sensação estranha esta quando ainda há tão pouco tempo era o bebé!
Hoje, almoçámos juntos e recordámos, para que não se esqueça, que é destes momentos que a vida se faz. Nada mais tem interesse ou vale a pena ser recordado.
E quando me despedia já no final do dia lembrei-me que quando fizer meio século eu terei quase 80! 
Será que estarei ainda com ele e para ele? Será que darei conta deste dia?
Um mundo cheio de felicidade, de realizações de sorrisos, de amor e de ternura é o que eu desejo para ti. Um mundo cheio de tudo o que tu mereces.

sábado, 28 de novembro de 2015

Antes de ter filhos


Não sabia que era possível amar-se assim! Com esta urgência, com esta sensação de que são parte de mim, do meu corpo e da minha alma. Vê-los e acender-se uma luz que me ilumina. Viver as suas preocupações com o dobro da intensidade com que vivo as minhas. Sentir a carne a rasgar-se com os seus fracassos e o voo do coração com os seus sucessos.
Pensei que, com o tempo, tudo isto se diluiria mas enganei-me. Continua tudo exactamente igual. Um amor descomunal por tudo o que são. Uma emoção enorme quando demonstram que gostam de mim e me mimam. Um olhar para eles e ainda não acreditar que os criei, que os lancei para a vida, que os ensinei a lutar e a procurarem sempre o lado bom e a felicidade.
Não sabia e este amor ainda me deixa, muitas das vezes, sem palavras apropriadas e um nó no coração.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Encomenda do jantar feita


Já não há pachorra para fogão e tachos. Hoje apetece-me calmaria. Um livro para ler e mais nada para fazer. Está calor cá por casa.
Fechar o computador  e apreciar o silêncio da leitura. 

Hoje é sexta e sinto-me cansada


Muito cansada! 
Sem vontade, sem energia nem sequer para ir ao supermercado.  Muita coisa em que pensar, muitos acontecimentos negativos e pouca vontade de ir. Aonde quer que seja. Tudo me mete medo, tudo me arrepia. O único lugar onde estou bem a ver passar o tempo e a vida é em casa.
Mas sinto que isto não pode continuar.
Amanhã vou forçar-me a percorrer espaços que me eram familiares. Vou forçar o corpo e a mente até me habituar novamente mas tem de ser. Vou ter de ir ao encontro do que gostava de realizar e reencontrar  a alegria de viver.
Não posso continuar neste marasmo que me envelhece e entristece.
Bom fim de semana, apesar de tudo!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pais que deseducam os filhos


Os filhos querem e eles, alienados, não permitem. Os filhos querem ser como os outros, fazer as coisas certas, partilhar, correr riscos, aprender,  ter amigos, socializar e lá estão os pais (mais as mães!)  a estragar anos de treino na escola, com as suas ideias mirabolantes do que é educar, com as suas manias de protecção exagerada, com as suas ideias de que o seu filho é único e que, por tal razão, tem de ser diferente, muitas das vezes para pior!
Não são todos, mas começam a aumentar em número estes pais que vivem unicamente o presente, não projectando o futuro de quem hoje protegem em demasia  continuando a  reforçar uma auto estima que, de tão exagerada, nunca cola no cérebro racional dos filhos.
Todos sabemos o que valemos! Todos conhecemos os nossos pontos fortes e os pontos que temos de melhorar. Os nossos alunos também!
 Então, por que razão continuamos a alimentar fantasias na cabeça dos nossos filhos, sacudindo-lhes a culpa de tudo o que está mal em vez de os ajudarmos a crescer, aumentando-lhes o sentido de responsabilidade, a autonomia, o saber ser, o saber viver com os outros, construindo-lhes um castelo interior que seja dificil de derrubar face aos grandes embates da vida?
E sempre que estou em frente de um progenitor destes apetece-me perguntar: PORQUÊ????
Hoje aconteceu-me, mais uma vez!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Inquietude


Necessito de renovar a alma que se sente acabrunhada sem vontade de ir à luta.  É urgente esta mudança, ir buscar forças em mim para fazer, para dizer, para alterar. Mas, em cada dia que passa tudo permanece igual. As rotinas mentais, os medos, a inércia conduzem-me à noite sem tempo para mais nada. 
Tenho de começar por algum lado! Mudar, mudar, mudar! Necessito de um tempo de renascimento. Sentir-me novamente eu, cheia de força e de garra. E já agora, com alegria de viver!
Apetece-me remotamente sair deste casulo mas vou adiando tudo o que tenho para concretizar.
Tudo me atormenta, tudo me mete medo, tudo me angustia! 
Começar por onde? Talvez por umas remodelações cá por casa, qualquer coisa que me traga o entusiasmo que, pouco a pouco,se foi afastando de mim!

sábado, 21 de novembro de 2015

Coisas que me enternecem e me fazem pensar


Ela, 87 anos, muitas rugas e um olhar triste, muito triste, mais que justificado.
Ele, o marido, 90 e muitos, em casa, à espera dela.
E desabafava ela. Sabe é a minha companhia. ainda que não fale, me dê trabalho, faça com que eu não durma bem de noite, eu pego-lhe na mão e sei que ele está comigo. Estamos os dois. Ele faz-me companhia. Até quando? Não sei! E eu sinto-me bem assim!
Hoje, estou lamechas. Olho para a minha companhia e aprecio tudo nele! Sinto-lhe o calor e dou graças a Deus. Vemos televisão  sem grandes planos e eu aprecio mais uma vez. Arrumamos as roupas de Verão, cozemos castanhas, passamos roupa a ferro e tudo parece fazer mais sentido. É a minha companhia.
Amanhã,  passam  29 anos desde o dia em que prometi estar com ele na saúde e na doença por todos os dias da nossa vida! Prometi e cumpri! Sempre sendo a sua companhia e ele a minha. 
É bom! Valorizar as pequenas coisas, os gestos e a presença!

Falta-me gente


Pessoas queridas que fazem os meus dias desde que saiba que as posso ver sempre que queira.
Falta-me o meu tio António e as suas conversas longas, agora com um oceano pelo meio e os anos dele a pesarem-lhe e a impedi-lo de vir ter connosco.
Falta-me o brilho dos olhos da minha irmã, a vontade, a alegria de poder sempre partir com ela para dias felizes.
Falta-me o meu irmão de quando éramos crianças sem filtros e sem a vida pelo meio.
Falta-me os diálogos com a minha mãe, saber que posso recorrer a ela sempre que necessite. NUNCA mais isso vai ser possível. 
Falta-me o meu pai e a paz que ele me transmitia.
Falta-me a alegria antecipada das férias com o meu primo. De ser Verão e contar o dias que faltavam para o recebermos lá por casa para Verões intermináveis.
Falta-me o riso infantil de filho mais novo, por tudo e por nada, numa alegria sem fim.
Faltam-me os almoços e jantares barulhentos, o riso, a despreocupação, a alegria, a juventude, a plenitude de uma vida ainda por viver. Faltam-me as festas com todos, os dias que por tão felizes, se tornavam curtos.
Ontem, foi um dia muito difícil!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Almas parecidas


É meu cunhado e eu sempre lhe achei imensa graça. Identificava-me a 100% com o modo como estava na vida, aproveitando os dias, gostando de coisas boas,  de bons hotéis, bons restaurantes e sendo capaz de desfrutar da vida nunca pensando muito no dia que haveria de nascer depois. Por vezes, invejava-lhe a coragem de ir, de afrontar, de dizer da sua justiça direito a que ele nunca se negou. É homem de opiniões fortes, as suas, que defende como ninguém. 
Sempre admirei facetas da personalidade dele embora nunca lho tenha dito. Somos assim cá pela família! Sai-nos mais depressa uma crítica  que um elogio!!! 
Há una anos ficou doente e continua assim! Debilitado! Incapaz da irreverência que sempre teve! 
Adorei ouvir-lhe contar, entusiasmado, que comprara um fato novo para o casamento do sobrinho e eu imaginei-o lá todo vaidoso, bem vestido e bom conversador, no seu melhor. Guardei-lhe um lugar de honra que ele teria adorado se tivesse podido ir! A doença não o deixou estar presente. Senti-lhe a falta através dos olhos tristes da minha imã.
Esta maldita doença que me faz deitar-me a pensar nele, a imaginá-lo naquele quarto de hospital e a ter pena por tudo aquilo que nunca consegui conversar com ele.
No entanto, tão parecidos que nós somos!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Coincidências

Corria o Verão de 2004 e estávamos em viagem pela Galiza. Começámos pelas rias galegas e parámos em Baiona. Tirámos esta foto na zona marítima cheia de turistas e de sítios bonitos para começar uns dias de descanso.
No dia seguinte, rebentou neste mesmo local  um engenho explosivo que foi colocado num contentor  de reciclagem de vidro no porto de recreio de Baiona.
Foi só um dia de diferença e podíamos não estar aqui!
A vida tal como ela é!

Histórias que me apetece partilhar


A Sra A.  e o marido vieram para uma casa colada à nossa quando eu ainda era criança. Muito boa pessoa, com uma candura que contrastava com a brusquidão do marido. Viveu quase connosco durante anos. As filhas  já eram grandes e tinham partido. Viviam pobremente como a maioria das pessoas na aldeia. Uma das primeiras coisas que a Sra A. pediu à minha mãe quando entrou em casa foi que cortasse a electricidade porque não conseguia pagá-la. A minha mãe não a cortou! 
Havia episódios na vida daquela amiga que me chocaram durante anos. Houve alturas da vida dela em que a pobreza a fez endoidecer e em que teve de ingressar no hospital. Ela lembrava-se do colete de forças e de vez em quando falava desses tempos. Coincidiu com o crescimento das filhas com a doença das quatro ao mesmo tempo e de não ter dinheiro para as tratar a todas. Escolheu a mais nova para tomar os poucos medicamentos que conseguiu comprar. As outras, mais velhas, sobreviveram porque tinham um bom sistema imunitário. 
Não sabia ler nem escrever e era eu que, com 8 ou 9 anos, lhe escrevia as cartas para as filhas que estavam longe. Quando ela  pedia, sempre ao serão,  eu levava a minha caixa de papel e  envelopes, sentava-me num banco à lareira e ela ditava tudo aquilo que queria transmitir.  A casa era nossa mas eu via aquela cozinha de forma diferente com o arranjo que dava às prateleiras com frisos de papel coloridos que muitas vezes eu ajudava a colocar. Um dia, as filhas ofereceram-me como recompensa uma chávena de porcelana que eu guardei religiosamente durante anos.
Tinha um sorriso doce apesar da vida e das dificuldades. A minha mãe e ela eram amigas. Um dia, por uns ditos que envolviam terceiros zangaram-se e nunca mais nada foi igual. A minha mãe não perdoou. Hoje penso que o deveria ter feito honrando tantas  horas e dias em conjunto. 
Tive pena. Muita pena por não ter acompanhado a sua velhice no lar com a assiduidade que tantos anos de convívio merecia.
Partilho quase como pedindo perdão por não ter sabido honrar  tantos anos de amizade e de convívio. Era nova mas não funciona como desculpa. 
Tenho pena de ela ter morrido sem lhe ter dito um adeus especial e de lhe ter demonstrado o quanto gostava dela e da sua doçura.

Um serão inteirinho a escrever


Chegar a esta hora e concluir que o texto não está nada de especial e que tenho de rever tudo amanhã!!!
já tenho idade para ter juízo e saber  avaliar os desafios de uma forma mais racional!!
Too late!!! Vou dormir! Amanhã será outro dia!

domingo, 15 de novembro de 2015

Almoços de sol


Foi tão bom tê-los cá por casa! Preparar a mesa, pensar o almoço,  vê-los a dormir a sesta nos sofás da sala como se nunca tivessem saído dali e este fosse o seu lugar. Tão bom olhar para eles e por eles. Tão bom ver o amor entre aqueles dois casados há tão pouco tempo e com uma relação tão linda!
Mas o horror dos atentados  ensombra os dias e faz pensar na vida, e na aventura que é continuarmos  vivos neste mundo de loucos. Quando menos se espera a nossa vida muda ou  acaba. Quando menos se espera! Sempre assim!


sábado, 14 de novembro de 2015

A maldade é fútil


Li algures esta afirmação e não pode ser mais verdadeira. Vivemos num mundo louco onde tentamos ser felizes todos os dias e em todos esses dias há acontecimentos que tornam impossível esse estado de alma. No entanto, ser mau, ser vingativo,são de uma futilidade atroz.  Fazemos mal aos outros, destruímos vidas mas também nós somos  puxados para baixo porque o ser humano nasceu para o Bem e não para o mal.
Por que é que vale a pena lutar? Pela PAZ! Cá fora e dentro de nós!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

À espera


Que o tempo passe, que chegue novamente outra estação e eu possa redescobrir a alegria de viver, de estar com, de poder contar, de vontade de ir, muitas das vezes sem saber para onde. 
Há dias em que esta ânsia se torna mais forte do que eu e há outros em que parece que a porta se abre devagarinho para deixar entrar um pouco de sol. 
Há dias em que parece que a normalidade voltou e em que tudo parece ser possível. Ésó isso que eu necessito. A esperança!
A doença é tramada!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

À minha mãe


 Que já esqueceu o amor que viveu com o meu pai, que não o reconhece nas fotos, que não se lembra do amor que ainda me tem e o esconde nos olhos mortiços e parados que nada transmitem. Em nome de todos os sentimentos que me assolaram quando, já noite, parti sozinha de perto dela, olhando pela milésima vez a paisagem da infância e sentindo que NUNCA , mas nunca mais seria a mesma coisa!


Fiz ontem as contas e foram mais de trinta mil os dias em que adormecemos e acordámos juntos, na cama onde agora te escrevo e de onde espero sair para ir de novo até ti. Trinta mil dias a olhar-te dormir, a saber o frio ou o calor do teu corpo, a perceber o que te doía por dentro, a amar cada ruga a mais que ia aparecendo. Trinta mil dias de eu e tu, desta casa que um dia dissemos que seria a nossa (que será de uma casa que nos conhece tão bem quando já aqui não estivermos para a ocupar?), das dificuldades e dos anseios, dos nossos meninos a correr pelo corredor, da saudade de nos sabermos sempre a caminho de sermos só nós. Trinta mil dias em que tudo mudou e nada nos mudou, das tuas lágrimas tão bonitas e tão tristes, das poucas vezes em que a vida nos obrigou a separar (e bastava uma tarde longe de ti para nem a casa nem a vida continuarem iguais). Trinta mil dias, minha velha resmungona e adorável. Eu e tu e o mundo, e todos os velhos que um dia conhecemos já se foram com a velhice. Nós ainda aqui estamos, trinta mil dias depois, juntos como sempre. Juntos para sempre. Trinta mil dias em que desaprendi tanta coisa, meu amor. Menos a amar-te.

Pedro Chagas Freitas - Prometo falhar

sábado, 7 de novembro de 2015

Vamos à feira da castanha


Mentira! Vamos ver a mãe e pelo meio visitamos a feira da castanha.
Vamos sentir o Outono, ver o vermelho das árvores e sentir que é ali o meu lugar!
Um dia talvez por lá passe a minha velhice! Quem sabe?

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sobre o reforço positivo na profissão docente


Hoje, à entrada do tribunal onde fui renovar o cartão de cidadão encontrei uma antiga aluna. Diferente, uma linda mulher. Foi ela que me chamou porque eu já não a reconheceria à primeira vista.
Foi minha aluna no 2º ciclo, muito educada e muito tímida.  Acompanhei-lhe parte da adolescência porque havia laços de amizade com a família e, pelo menos ao domingo à saída da missa,  trocávamos algumas frases.
Ali estava ela já mulher. Com ideias próprias, engenheira civil, bonita e decidida. 
E, no meio da conversa ela diz que uma observação minha enquanto professora dela tinha feito toda a diferença no modo como começou a encarar a Matemática e de como modificou a sua postura face à disciplina. E explicou aquilo de que já não me lembrava: A professora disse-me: A Matemática é como uma bola de neve que se começa pequenina e depois  se vai rolando na neve e vai incorporando mais e mais neve até ficar grande. Se estiveres atenta, podes incorporar melhor tudo o que é novo ao que já aprendeste. Diz ela que, a partir daí, começou a estar com  muito mais atenção nas aulas e que só este comportamento fez a diferença.
E ali estava ela: engenheira civil com toda a certeza com uma  "Bola de Neve" Matemática enorme que começou lá atrás por uma observação minha.
Demos um abraço apertado e despedimo-nos com votos e desejos de felicidade. Eu fico feliz com pequenas coisas mas hoje voltei para casa quase a saltitar de alegria. 
A atenção que um professor  tem de  ter com o que  diz, como o diz, nunca esquecendo que para os alunos somos quase sempre modelos a seguir. 
Obrigada C. pela boa tarde que me deste!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Não sou de palavras


De conversas de pessoas que ai e tal gosto tanto de vocês e se precisarem é só dizerem mas continuam encerradas nos seus egoísmos do não te rales que eles se desenrascarão. São só palavras e conversas ocas para mim.
Para me mostrarem que gostam de  mim têm de mo demonstrar com  gestos! Um abraço numa altura menos boa, uma visita (ou várias), um miminho que sabe bem, um chega-te para lá que eu faço isto por ti que estás cansada.
Palavras ocas leva-as o vento e  nada fica delas!
Sou assim e não irei mudar nunca. Para mim, o amor traduz-se por gestos.
E todos os dias faço por fazer isso com os meus verdadeiros amigos. Nada me soube tão bem como o  abraço apertado de uma amiga no outro dia. Um abraço que trazia agradecimento pelo meu gesto. Um abraço que me reconfortou e me voltou a ensinar que é nos momentos menos bons que sabemos quem verdadeiramente  se interessa por nós. 
Comigo, palavras ocas de grandes sentimentos nada me dizem se não tiverem a boa companhia das acções.
Já disse que sou assim e que não vou mudar nunca???  Volto a repetir!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Jantares de aniversário

Com um bom ambiente e companhia 5 estrelas. Gostei muito deste aniversário! Não é o meu mas é como se fosse! O primeiro de filho mais velho na categoria de marido!!
 Como dizem que sou muito de me lembrar das coisas negativas, por várias vezes me lembrei que fazia precisamente um ano naquele dia  que tinha cara metade internado com um problema sério. Não houve festa o ano passado! 
Estes pensamentos, embora à primeira vista sejam deprimentes, fazem com que me sinta muito mais  agradecida e viva cada momento com muito mais intensidade.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Hoje, o meu menino mais velho faz anos


E este acontecimento chega para que tenha  acordado a pensar nele e em todos estes anos que passaram rápido. Saber que está bem e feliz dá alento aos meus dias. 
28 anos que passaram num ai. Vê-lo crescer foi uma experiência incrível! Tantas coisas boas e tantas e tantas vezes em que senti que a minha vida sem ele seria tão mais pobre. 
Parabéns querido filho. 

sábado, 31 de outubro de 2015

Partir


Chegar ao meio do caminho e regressar mais cedo. Histórias que o destino tece. 
Aproveitar o tempo restante para estudar aquilo que me anda a fazer falta. 
Ter pena de não ter visto a mãe. Tenho saudades dela!
Talvez para a semana!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dias que exigem de nós muita organização


Fim de semana de ir ver a mãe. Dois dias ainda para deixar tudo pronto cá por casa. Fazer compras para que não lhes falte nada. Fazer um assado apetitoso para sábado. Comprar as flores para levar. Umas, mais bonitas para os pés do meu pai, do meu herói. Ler e estudar tudo o que venho a adiar nestes últimos dias. Passar a ferro e diminuir o monte que se forma quase  sem se dar por isso.  Procurar roupa quente porque já neva aos 1700 metros e nunca se sabe. Ter a certeza de que não vou dormir sozinha naquele casarão que não suporta uma alma sozinha, habituado como estava a risos e a casas cheias de ruído. Tenho medo, muito medo. Assegurada a presença de pelo menos mais uma alma para me sentir acompanhada. 
Pensar em tudo o que tenho de levar para a mãe que lhe torne os dias mais fofos e quentinhos. O único consolo. Já nada mais lhe interessa.
Um dia, lá muito atrás, pediu-me como presente um globo terrestre que eu adorei oferecer-lhe. Dizia que  era para explorar o mundo nas horas vagas. Vive aqui em casa agora e não posso olhar para ele sem me lembrar da sua curiosidade sobre as coisas  que foi  morrendo aos poucos.
 Levar para os outros, os que ainda conseguem fazer actividades, livros de colorir e lápis de cor. Um voltar a uma infância que nunca tiveram. Pelo menos deste modo que as infâncias antigamente passavam-se a trabalhar duramente e não a colorir livros. Metáforas da Vida!
Tempo programado ao minuto.
Estou viva. Tenho saúde! Vamos lá então!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Escapadelas, escapadinhas, o que quiserem


Desde que me deixem sonhar com dois ou três dias a  dois, fora de casa em sítios maravilhosos, com tempo para conversar, para ler, para desfrutar. Caminhar ao vento, descobrir o património histórico e cultural. Falar com as gentes. Procurar sítios diferentes para jantares memoráveis. Ou almoços ou merendas, o que nos apetecer! 
Impacientar-me pela partida, tornar a ser menina outra vez com a ânsia da chegada. Rir feliz só porque sim!
Está na altura de recomeçar estes balões de oxigénio na minha vida!!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Memória a quase zero


Fico completamente em pânico quando me esqueço de algo, perco alguma coisa, ou me passam ao lado assuntos importantes. Lembro-me logo do estado da minha mãe e se não serão já sinais de que algo está mal. Ontem, não consegui encontrar um papel que me disseram ser importante e que eu guardei religiosamente e ... perdi! Não o consigo encontrar e este facto tirou-me o sono. Era só um panfleto mas era único e eu sabia que não o podia perder. Guardei-o, pressinto. Mas aonde? 
Desculpo a mente dizendo que será cansaço mas tenho tanto medo desta horrível doença que destruiu a minha mãe tal como a amámos.  E tão  pouca força para iniciar os testes que me levarão  a uma conclusão!!
Acabarei eu também assim? Sem conhecer os que amo num limbo emocional que é quase insuportável?
Tudo isto antes de mais um fim de semana com ela, sabendo que não me conhece, que só bem no seu íntimo mais profundo serei alguém em quem confiar e onde pode descansar a mente doente.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Coisas irresistíveis


Estes sapatos  são o máximo. Gosto muito mais dos brancos porque o rosa não é a minha cor.
 Porque antes de iniciar um dia tramado é bom ser um pouco fútil e divagar por um pouco de estilo.
E como eu adoro  sapatos!!!! Mais do que devia!