Há já algum tempo que não tenho turmas inteiras para lecionar. Faço acompanhamento de alunos com dificuldades, em tutoria ou em apoio directo na disciplina de Matemática. Tenho umas horas em que posso substituir professores em falta e, algumas vezes, vou à sala de aula para estar com estas turmas. Normalmente são do 3º ciclo!
Nunca me recuso a ir, e vou-me encostando à secretária para não estar tanto tempo em cima do pé o que me provoca dor.
Que conclusões tiro destas aulas? Aterradoras!
Os alunos (não todos) têm comportamentos que há uns anos, não muitos, eram apenas das turmas de currículos alternativos, daqueles alunos, tão, tão desmotivados que necessitavam uma abordagem diferente para concluírem o 9º ano de escolaridade. Nestas turmas, são alunos normalíssimos de 12, 13 anos que consideram que dizer asneiras na aulas é banal, que conversarem uns com os outros de uma ponta da sala para a outra também, que rir do que a professora diz também é admissível, que jogar ao jogo da forca é o passatempo ideal para passar 50 minutos. São arrogantes, mal educados, não sabem estar em sala de aula e admitiram que não dão valor à aprendizagem, não estão ali para aprender e não se importam absolutamente nada com isso. Raia até a imbecilidade!! Considerando que não estou perante uma turma de alunos com problemas diagnosticados, concluo que este será o ambiente das aulas ditas normais. Não sabem quem são os professores, não os conhecem pelo nome e, perante a minha estranheza, um deles respondeu que não é obrigado a saber o nome dos "profs".
Andam por ali umas alunas que me pareceu quererem aprender e progredir o que considero ser difícil neste ambiente perturbado de aula.
Concluo que algo está a falhar na educação destes jovens mas não da responsabilidade da Escola. Com tantos anos de ensino sei diferenciar o que é "garotice" do que é ser intrinsecamente mal educado, sem valores, sem regras e sem atenção por parte da família. Crescem como ervas daninhas, de actividade em actividade, preenchendo tempos que deveriam ser de calma e de sossego em família para que a alma e os valores familiares também crescessem ao mesmo tempo que os músculos e a má educação. Tal, não está a acontecer!
Muita apreensão!
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