Imensas coisas para fazer. Comecei pela canja. Sabe sempre bem neste tempo. Eu só comerei o frango cozido com legumes salteados. Nada de abusos que o corpo ressente-se.
Fazer uns tantos exercícios com os apetrechos que filho mais velho me ofereceu no Natal. O que é para ser, tem muita força.
A sala ainda cheira a Natal e as decorações e jarros de flores aí estão para me lembrar que o dia a dia é este e não será sempre Natal e casa cheia.
Por vezes, tenho vontade de fechar este ciclo nesta cidade, vender a casa e recomeçar a vida na cidade grande perto de filhos e netas. Entretanto o medo vem e instala-se. E se tudo for igual? Ou pior? Se não me habituo à cidade, se a velhice vem e se instala ficando eu refém de um apartamento menor, sem conhecer os recursos, como sardinha fora de água?
A vida complica-se e nunca pensei ser tão cedo. Esta era a altura certa para desfrutar da vida sem amarras ou impedimentos. Aqui estou eu! Sem viagens, sem aventuras para recordar, sem a ilusão de vida que é tão necessária, sem o sonho que embala os dias e as noites.
Voltarei ao antes? Talvez sim ou talvez não.
Hoje estou amarga. Vou passar a ferro e pode ser que passe.










