sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Pouco para dizer

 


As minhas tarefas ultimamente resumem-se a exercício para recuperar a força nas pernas e começar a ser o que era antes das férias de Agosto. 

Há dias em que penso ser possível e depois há os outros dias em que penso que já nunca mais será igual.

Paralelamente, continuo aplicando a minha reeducação alimentar de modo a retirar peso tanto à coluna como às pernas. Está a correr bem. 

Existem depois todas as chatices do dia a dia, as irritações, a sensação de impotência, a falta de vontade de lutar. 

Planificar momentos que me tragam paz ou alheamento. Necessito de esta sozinha com a minha alma. Pensar sem ruido de fundo. Analisar friamente as situações.

Focar-me  em mim e nos meus problemas!

domingo, 23 de novembro de 2025

Agradecer

 


Temos tanto e valorizamos tão pouco. Ultimamente, tenho-me debruçado sobre este sentir e concluo que se começarmos o dia por agradecer o termos uma cama quente, um bom sono, termos acordado bem e à nossa espera, um sem número de projectos interessantes para concretizar e capacidade para isto tudo, temos mesmo de começar o dia por agradecer. 

Parece tudo tão gratuito mas não o é.   Basta ligar a TV e assistir a um noticiário. 

Vivemos num mundo de exageros, de consumismo extremo aproveitando a facilidade das compras online entregues à porta sem necessidade de deslocação. É necessário travar e pensar. 

Só compro se pensar muito antes: eu necessito isto? Faz alguma diferença na minha vida? Se não faz, fica onde está. 

Voltar pouco a pouco aos idos anos 70 e 80 e à casa da mãe. Retirar exemplos de vida que cada vez fazem mais sentido. Sustentabilidade necessita-se. 

sábado, 22 de novembro de 2025

Dias frios a arrumar armários

 


Já com o pensamento na época natalícia, foi dia de dar uma volta aos meus armários e retirar tudo o que não é necessário. Tudo encaminhado para tornar mais leve o espaço e a mente. 

Alterar a configuração da sala, decidir umas quantas compras,  que dependem mais da minha cabeça que da conta bancária. Tenho de ter a certeza de que fica bem, que é mesmo o que quero, retirar todas as hesitações quanto ao estilo pretendido e, quando esse momento chegar, eu compro. Tudo em maturação na minha mente. 

Imaginar as decorações, sempre diferentes em cada ano. Este ano sujeitas a uma compra de velas com umas cores a que não consegui resistir. São mesmo lindas! 

Pensar se não vou mesmo pintar uns candelabros de uma cor vermelho  natalício! Só são utilizados nesta época e dariam um toque diferente ao conjunto, misturado com umas folhas de eucalipto e as minhas velas lindas!

Na próxima semana, vêm os senhores que me costumam arranjar tudo o que é necessário. São irmãos e ucranianos, vivem cá há mais de 20 anos,  e têm  uma inteligência e bem fazer que  consola ver. Tenho a lista com as tarefas e  num ai, fica tudo pronto!

Tenho tido sorte com todas as pessoas que me ajudam. São de confiança, sabem o que fazem, dão sugestões e nunca se mostram tristes ou enfadados. 

Oxalá todos fossem assim! 

Com tudo isto, mais um dia chega ao fim! Amanhã já é passado e nunca mais se viverá. Se todos pensarmos assim, com toda a certeza, aproveitaremos muito mais e melhor aquilo que vivemos. 

A minha perna ainda não está boa, mas não tenho dores à noite, posso dormir e acordar descansada. Ainda coxeio o que me irrita imenso mas tenho de me centrar no caminho percorrido e não no que ainda falta percorrer para não perder a esperança. 

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Pessoas que fazem falta

 


O Doutor Octávio era o pai de um amigo de filho mais novo nos tempos em que ambos pertenciam à mesma equipa de basquete. Foram muitos jogos com os pais nas bancadas. Ele era o camara man.  Filmava o jogo todo talvez para depois verem os erros e emendarem.

Tinha muito boa impressão dele: muito calmo, muito sorridente, com conversas muito interessantes.

Só mais tarde vim a conhecer o seu percurso politico sempre ligado ao PSD. De vez em quando, encontrávamo-nos no supermercado! Sempre no supermercado e conversávamos nos corredores durante algum tempo. Falava do meu filho e dos dele, do que pensava da vida e de como o sistema politico tratava tanta gente muito competente e que ainda não estava em lugares de topo como deveria estar. Nada que eu não soubesse. Um dia, confessou-me que filho mais novo, naquela altura muito ligado ao partido,  não era bom para a vida politica - era uma boa pessoa e talvez não tivesse o jogo de matreirice necessária. 

De cada vez que era nomeado para novo cargo, eu alegrava-me. Há meses soube que estava doente. Um baque!

Faleceu ontem um homem bom, competente, amigo  e cortês. Era um ano mais velho que eu!


terça-feira, 18 de novembro de 2025

Controle - essa terrível palavra!

 


Durante anos, tentei ter sempre tudo sob controle. Desde a educação dos filhos, passando pelo que era necessário realizar aos olhos dos outros e acabando nas roupas que queria que todos usassem, só porque era o meu estilo. Não o deles, mas o meu!

Sofri imenso sempre que algo saía do que tinha imaginado, ou qualquer imprevisto deitava as minhas ideias por terra! Demorou a aceitar que a vida é o que é e que devemos fidelidade mental apenas a nós próprios. Os piores momentos apareceram sempre de surpresa, nunca os preparei  e, mesmo assim, tive de  agir rapidamente, controlar as emoções e seguir sempre em frente. 

Também tenho o outro lado! Quando não estou bem, deixo escorrer os dias, sem planos ou vontade de modificar alguma coisa. Não duram muito estas fases. Chega uma madrugada em que coloco um ponto final e começo novamente a controlar a vida.

Concluo que me sinto muito mais eu quando tomo iniciativas, melhoro o que tenho a melhorar, trabalho para que tudo dê certo e fico muito mais criativa e alegre.

O meu corpo e a minha alma agradecem. Nem sempre o controle é mau. Só o é quando tentamos agradar aos outros e não a nós próprios. 

A sentir-me bem. No controle da minha vida e dos meus dias!

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Por falar em ser vaidosa

 


Vaidosices como dizia a mãe! Tenho recordações mesmo muito antigas de roupas que usava e de que gostava imenso e me faziam até andar mais direita quando as tinha vestidas.

Lembro-me muito bem deste vestido à marinheiro que eu adorava. Laço vermelho à frente e uma gola branca imensa que se prolongava para as costas! Era outra criança sempre que o vestia. Consigo ainda sentir a alegria que sentia! 

Nos dias dos exames da 4ª classe, escrita e oral, estreei dois vestidos. A mãe foi comigo comprar os acessórios e fomos à sapataria chique onde nunca tinha entrado, comprar uns sapatos de verniz pretos e dois pares de meias brancas. que emoção! Um dos vestidos era totalmente fora da caixa, amarelo e bege que tinha chegado da América oferecido pelos  tios. Nesses dias, nem estive com atenção ao conteúdo das provas! A alegria dos vestidos novos era tal que superou tudo o resto! O que me salvou foi ser boa aluna e ter a matéria na ponta da língua. 

A mãe contrariou sempre esta minha vontade de novidade e alguma extravagância! Nunca conseguiu. 

Também não valia a pena ir com amigas às compras. Se elas dissessem que não, eu comprava na mesma desde que gostasse. 

Não gosto de usar o que toda a gente usa. Gosto de antecipar tendências e modas. Tenho alguma facilidade em ler nas entrelinhas  as tendências. Pequenas coisas que fazem a diferença. Pelo menos, para mim!


Prazeres

 


Não gostava das armações dos óculos que comprei há pouco tempo. Fui eu que as escolhi mas devia estar num dia mau! Faziam-me mais velha, com um aprumo senhoril que não quero ter. Sempre fui inovadora e nada tradicional na forma como me visto e nos acessórios que escolho. Aqueles óculos não tinham nada a ver comigo. Olhava-me no espelho e só via uma senhora respeitável da 3ª idade. Eram uns óculos sem personalidade que não condizia com a minha. 

Hoje foi o dia de ir mudar as armações! Do 8 ao 80 mas gosto delas. Ficam bem comigo! Se ninguém mais gostar...paciência! Quem anda todos os dias com eles sou eu!

Renovação necessita-se por estes lados!

Saudades do pai


 Acordei a pensar nele e na falta que faz aos meus dias. Ter-te por perto, fazia-me mais segura e empoderada. Sabia que nutrias por mim, além de um grande amor, uma admiração pelo que sou (ou fui!). 

O teu sentido de humor sobre as minhas características, eram abraços emocionais e o teu sorriso e o modo como me tratavas eram o sol da minha vida. Por vezes chamavas-me " a menina Eulália" e contigo eu sempre me senti menina. 

Gostavas que eu seguisse as tradições, gostavas de me ver fazer filhoses (como dizemos) ou temperar um cabrito que tu dizias eu fazer como ninguém. Há lá coisa melhor que ter o apreço de um pai?

Guardo as tuas cartas escritas com a tua letra tão característica como se fossem relíquias e, de vez em quando, vou revisitar esse passado que não volta. 

Gostavas da minha casa de praia e vivemos lá muitos bons momentos! 

Tinhas um humor tão teu e que é também tão meu que ainda agora me emociona. O meu está a perder-se por falta de parceiro na picardia.

Fazes-me falta para conversar contigo sobre a vida, sobre o que vale a pena, sobre as imperfeições que eu queria não existirem. Tu, com a tua inteligência e sabedoria, dir-me-ias que tudo faz parte da vida, que a vida não é um mar de rosas e temos sempre de seguir em frente. Embora sofresses, sabias (tal como eu) que tudo passará.

Invejo ainda hoje a tua inteligência e tenho pena, que por fraca visibilidade dos teus pais,  não tenhas sido um grande engenheiro ou um grande gestor!  

Tenho saudades da tua cumplicidade comigo e dos teus desabafos. 

Guardo comigo um dia em que quebraste a tua atitude mais séria,  quando já doente, me deitei ao teu lado na cama  e me aconcheguei a ti. Senti a tua ternura pelo gesto e, mesmo sendo pouco tempo, é das recordações mais doces que tenho. Tiraste a capa do querer parecer duro e ficámos só dois adultos que se amavam no mais fundo dos nossos corações. 

Saudades de ti, meu pai!

domingo, 16 de novembro de 2025

A ministra da saúde provoca-me urticária

 


Lembra-me sistematicamente a "outra" da educação que arrasou escolas, professores, credibilidade do sistema educativo como se não houvesse amanhã. Nunca mais se reergueu. Ela sim! Ocupa um belo cargo e ainda de vez em quando a oiço na televisão a a dar a sua opinião sobre assuntos educativos!!! Incrível como se convida uma entidade destas para falar sobre o que não sabe nem nunca soube!

Esta da saúde vem dar a machadada final no SNS. Mandatada ou não, a sua arrogância, a s suas mentiras, nunca desmentidas, o seu modo de estar e dizer que não tem culpa de nada e nunca se demitirá, mexem comigo. Em primeiro lugar, porque me fazem lembrar a outra, em segundo, porque o meu medo maior é perder o pais o que de melhor tinha: Um SNS eficaz, onde todos tinham lugar, onde eram atendidos por profissionais competentes e se tinha a certeza que, mesmo sendo pobre, não se morria por esse facto. Neste momento não sei se será verdade!

Há seis meses fiz, pela primeira vez, uma reclamação à administração de um hospital dando conta do modo como cara metade foi tratado alertando para as consequências fatais que daí poderiam ter resultado caso não rumasse a Lisboa e entrasse num hospital privado!

A minha família paterna vive nos Estados Unidos quase desde sempre. Toda a minha vida ouvi casos de pessoas doentes que, por ter acabado o plafond do seguro médico, eram mandadas para casa, pessoas que embora vivessem bem, pelo facto da doença se prolongar, tiveram que fazer hipoteca da sua sua casa, pessoas que morreram por não terem o dinheiro suficiente para se curarem! O presidente Obama prometeu mudar a situação mas a pressão foi mais forte e não conseguiu. Vivi a ouvir estas histórias e agradecia sempre que saía do SNS curada, fosse atendida de dia ou de noite. 

Vem agora esta ministra demonstrar-me que os meus receios não são infundados. 

Num país de velhos, com reformas de miséria, alguém já pensou em como solucionar o problema? Ou não é um problema e querem só modificar a pirâmide etária? 

Medo! Muito medo!

sábado, 15 de novembro de 2025

Presentes de Natal

 


No Natal, quando já éramos crescidos os meus pais sempre nos davam dinheiro. Não sabiam o que oferecer e também já não tinham saúde nem disposição para procurar presentes. 

Fiz sempre questão de comprar algo com cada uma dessas quantias que eu não compraria porque era supérfluo,  e que me acompanham ainda hoje. Sempre que me deito no sofá na minha almofada de meio ponto, linda de morrer, fico perto deles porque foi um presente  de Natal oferecido com muito amor.  Super cara para a época. 

Tenho outras peças compradas com o dinheiro do Natal e que sempre estarão comigo nas minhas memórias.

Penso que chegou a altura de começar a tradição com os meus filhos! Proporcionar-lhes momentos que ficarão para a vida e se lembrarão que foi um presente dado com muito amor. A vida é feita de e para estes momentos.

A pesquisar hipóteses mas já quase decidido.