domingo, 31 de agosto de 2014

As mãos da minha mãe


Foram estas mãos...
Que sempre foram cheias de vida que trabalharam sem cessar anos e anos, dias e noites, numa labuta incansável para que nada ficasse por fazer. 
Que disseram adeus em tantas despedidas em madrugadas frias.
Que tudo fizeram com destreza e rapidez talvez porque  o trabalho fosse um modo de esquecer a vida.
Que nos ensinaram o caminho, umas vezes mais docemente outras das vezes com acenos vigorosos de ameaça.
Agora repousam das canseiras, da vida, do trabalho, do tanto que havia por fazer. 
Repousam encarquilhadas e cansadas fazendo lembrar que a vida é só uma passagem, um tempo em que supostamente nos distraímos e pensamos que seremos eternos. E que esta força, esta vontade de viver, vai ficar connosco para sempre.
Pura ilusão!

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