quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Realidades que batem

 


Hoje ofereci ajuda a uma colega que está na escola pela primeira vez. Tem 27 anos e é geóloga como eu. Tinha uma consulta online e estava preocupada com o modo como podia atender o telefonema da médica em aula. Combinámos que eu iria estar em aula e quando o telemóvel tocasse, ela saía da sala e eu continuava. Assim foi.

Já conhecia a turma, um tanto ruidosa  à qual tinha dado umas aulas de substituição. 

Fiquei agradavelmente surpreendida com o clima de aprendizagem que ali fui encontrar com conteúdos sobre minerais que normalmente são rejeitados pelos alunos. A linguagem entre professora e alunos fluía de forma fácil e parecia tudo em equilíbrio. Alunos bem dispostos, um clima de aprendizagem bom o que foi demonstrado na aplicação de conhecimentos que veio logo a seguir através do classroom. 

Bateu de repente a ideia trágica de que realmente todos eles, professora e alunos, pertenciam à mesma geração. Separam-nos uns meros 15 anos. De mim, há a diferença de 50 anos! Tem de fazer a diferença!

E esta ideia de equilíbrio geracional é importante para a aprendizagem. 

Fiquei contente pelos alunos.  Muito pensativa quando saí e enquanto  descia lentamente as escadas. O que ando eu aqui a fazer?  O que tenho eu ainda para transmitir a esta geração de netos? Como vejo eu o mundo e as coisas? Será a certa? Como  pensam estes alunos sorridentes o seu futuro? Como será concretizado?

Andei todo o dia a pensar nisto! No desfasamento geracional que tanta indisciplina acarreta. Não será tudo diferente quando, daqui a quatro ou cinco anos, mais de metade dos docentes formos embora e formos substituídos?

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